A crucificação e ressurreição de Jesus são eventos centrais no Evangelho de João, representando o clímax de sua narrativa. Enquanto os primeiros dez capítulos cobrem aproximadamente três anos e meio, os capítulos 11 a 20 se concentram em apenas uma ou duas semanas cruciais. Essa concentração de eventos destaca a importância desses momentos finais na vida de Jesus.

Os quatro Evangelhos apresentam a morte de Jesus de maneiras distintas, cada um enfatizando aspectos que ressoam com seus temas principais. Mateus destaca o cumprimento das Escrituras; Marcos faz um paralelo entre o batismo de Jesus e a Cruz; Lucas vê a Cruz como um símbolo de cura e salvação. No entanto, João apresenta a Cruz como a entronização de Jesus, uma visão profundamente irônica, já que a crucificação era a forma mais vergonhosa de morte usada pelos romanos. Essa ironia ressalta a glória de Jesus como Salvador, mesmo em meio à vergonha.

A Cruz como Entendimento e Salvação

A Entronização de Jesus. João frequentemente se refere à “hora” de Jesus, um conceito que culmina na Cruz. Essa “hora” representa o momento de glória de Jesus, onde Ele é entronizado como Rei, mesmo através da morte. A crucificação, embora vergonhosa aos olhos humanos, é o ponto alto da missão de Jesus na Terra. É aqui que Ele cumpre seu propósito de testemunhar a verdade e unir a humanidade a Deus.

A Batalha Espiritual. A presença de Satanás durante o batismo de Jesus marca o início de uma batalha espiritual intensa. Satanás, ciente da posição de honra de Jesus no céu, teme a união mais plena entre Deus e a humanidade que a missão de Cristo promete. A Cruz, portanto, não é apenas um símbolo de sofrimento, mas também de vitória sobre as forças do mal. Através dela, Jesus estabelece uma conexão entre o céu e a Terra, oferecendo aos pecadores a chance de redenção e transformação.

A Cruz como Ponte Divina. A Cruz de Cristo é colocada em linha direta com a luz divina, servindo como um ponto de encontro entre Deus e a humanidade. Ao olhar para a Cruz, somos convidados a ver não apenas o sacrifício de Jesus, mas também o amor inabalável de Deus por nós. Este amor, mais forte que a morte, é a prova incontestável de que Deus é verdade, luz e amor. Através da Cruz, os pecadores são atraídos para Deus, suas vidas são transformadas, e eles são guiados pelo Espírito Santo.

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Deus criou a Terra perfeita. Lemos na Bíblia que Ele “viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Não havia mancha de pecado ou mal em lugar nenhum. Mas Ele deu a Adão e Eva a mesma liberdade de escolha que havia dado a Lúcifer. Ele não queria robôs na Terra, assim como não queria robôs no Céu.

A Liberdade de Escolha

O Senhor plantou uma árvore no jardim e a chamou de árvore do conhecimento do bem e do mal. Ele fez questão de falar com Adão e Eva sobre isso, pois queria ter certeza de que soubessem que tinham uma escolha. Satanás foi à árvore e, visto que Eva se demorava ali, ele lhe disse: “‘É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal’” (Gênesis 3:4, 5). Em outras palavras, “Se você comer desta árvore, entrará em uma nova esfera de existência, sentirá emoção, terá uma sensação que nunca teve antes. Eva, Deus está privando você de algo. Aqui, pegue o fruto proibido e coma-o.”

Quando Eva, e mais tarde Adão, fizeram sua escolha, abriram uma porta que Deus queria manter fechada para sempre. Era a porta para o pecado, para o sofrimento, a aflição, a doença e a morte. A liberdade de escolha que Deus deu a Adão e Eva era um presente precioso, mas também carregava uma grande responsabilidade. Eles tinham a capacidade de escolher entre obedecer a Deus e viver em harmonia com Sua vontade, ou desobedecer e enfrentar as consequências. Essa escolha não era apenas uma questão de obediência, mas de confiança e amor. Deus queria que eles escolhessem segui-Lo por amor e não por obrigação.

A árvore do conhecimento do bem e do mal representava essa escolha. Ela era um teste de fidelidade e confiança. Deus não queria que Adão e Eva conhecessem o mal, pois sabia que isso traria dor e sofrimento. No entanto, Ele respeitou a liberdade deles, permitindo que fizessem sua própria escolha. Satanás, por outro lado, usou essa oportunidade para enganar Eva, fazendo-a acreditar que Deus estava escondendo algo bom dela. Ele distorceu a verdade e apresentou o pecado como algo desejável e emocionante.

As Consequências do Pecado

Leia Gênesis 3:1-3; Romanos 3:23; 5:12. O que esses textos têm em comum? Descreva os principais resultados do pecado que afligem toda a humanidade. Em essência, o pecado é rebelião contra Deus. Ele nos separa do Criador. Uma vez que Deus é a fonte da vida, separar-se Dele leva à morte. Também leva à preocupação, ansiedade, doença e enfermidade. O sofrimento em nosso mundo é, basicamente, resultado de viver em um planeta devastado pelo pecado. Isso certamente não significa que toda vez que sofremos ou ficamos doentes é porque pecamos, e sim que cada um de nós é afetado por viver em um planeta assolado pelo pecado.

O pecado trouxe uma série de consequências devastadoras para a humanidade. A primeira e mais significativa é a separação de Deus. Quando Adão e Eva pecaram, eles se esconderam de Deus, sentindo vergonha e medo pela primeira vez. Essa separação espiritual resultou em uma desconexão com a fonte da vida, levando à morte física e espiritual. Além disso, o pecado introduziu o sofrimento e a dor no mundo. Doenças, desastres naturais, violência e injustiça são todos resultados do pecado que aflige a humanidade.

Outro resultado do pecado é a corrupção da natureza humana. O egoísmo, a ganância, a inveja e o ódio passaram a fazer parte da experiência humana. Essas características negativas não só afetam nossas relações interpessoais, mas também nossa relação com Deus. A humanidade, que foi criada à imagem de Deus, passou a refletir a natureza corrupta do pecado. Isso criou um ciclo de destruição e sofrimento que continua até hoje.

A Promessa de Redenção

Leia Gênesis 3:15; Levítico 5:5, 6; João 1:29. Que promessa Deus fez a Adão e Eva no jardim depois que pecaram e que lhes deu esperança, apesar da culpa e do desespero? O que Ele fez no Éden que apontava para a solução futura do problema do pecado? Embora criados puros e santos, nossos primeiros pais não foram colocados fora da possibilidade de praticar o mal. Deus poderia tê-los criado sem a opção de transgredir Suas ordens, mas nesse caso não poderia haver desenvolvimento de caráter; serviriam a Deus não voluntariamente, mas por obrigação. Portanto, Ele lhes deu o poder da escolha, a capacidade de prestar ou não obediência. E, antes que pudessem receber em sua plenitude as bênçãos que Ele lhes desejava transmitir, seu amor e fidelidade deveriam ser provados.

No jardim do Éden estava “a árvore do conhecimento do bem e do mal. E o Senhor Deus ordenou ao homem: ‘De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer’” (Gênesis 2:9,16,17). Era a vontade de Deus que Adão e Eva não conhecessem o mal. O conhecimento do mal – o pecado e seus resultados, o trabalho fatigante, as preocupações, as decepções e a aflição, a dor e a morte – foi retido por amor. Levando sobre Si os pecados do mundo, [o Redentor] poderia trilhar o caminho em que Adão tropeçou. Suportaria uma prova infinitamente mais severa do que aquela que Adão falhou em suportar. Ele venceria em favor da humanidade e derrotaria o tentador, para que, por meio de Sua obediência, Sua pureza de caráter e Sua integridade inabalável, Sua justiça pudesse ser imputada aos seres humanos. Assim, por meio de Seu nome, a humanidade poderia vencer o adversário por si mesma.

No plano da redenção haveria derramamento de sangue, porque a morte deveria ocorrer como consequência do pecado do ser humano. O animal a ser sacrificado como oferta prefigurava a Cristo. Ao matar a vítima, a pessoa veria o cumprimento das palavras de Deus: “Certamente morrerá.” O jorrar do sangue da vítima significaria também a expiação. Não havia nenhuma virtude no sangue de animais; mas o derramamento do mesmo apontaria para um Redentor que um dia viria ao mundo e morreria pelos pecados dos homens. Assim, Cristo vindicaria completamente a lei de Seu Pai. Satanás frequentemente aparece como um anjo de luz, vestido com as vestes do Céu; assume ares amigáveis, manifestando grande santidade de caráter e alta consideração por suas vítimas, as pessoas que ele pretende enganar e destruir. Perigos jazem no caminho onde ele convida as pessoas a viajar, mas ele consegue escondê-los e apresenta apenas as atrações. O grande Capitão de nossa salvação venceu em nosso favor, para que por Ele pudéssemos vencer, se quiséssemos, em nosso próprio benefício. Mas Cristo não salva ninguém contra sua vontade; Ele não obriga ninguém a obedecer. Ele fez o sacrifício infinito para que todos pudessem vencer em Seu nome e para que Sua justiça lhes fosse creditada.

A Redenção e a Esperança

A promessa de redenção foi um raio de esperança para Adão e Eva. Deus não os abandonou em seu estado de pecado e desespero. Em vez disso, Ele prometeu enviar um Redentor que esmagaria a cabeça da serpente e restauraria a humanidade à sua posição original. Essa promessa foi um sinal de que, apesar do pecado, havia esperança de reconciliação com Deus. Através dos sacrifícios de animais, Deus ensinou a Adão e Eva sobre a gravidade do pecado e a necessidade de expiação. Esses sacrifícios apontavam para o sacrifício final de Jesus Cristo, que viria ao mundo para morrer pelos pecados da humanidade.

A redenção oferecida por Cristo é a solução para o problema do pecado. Ele viveu uma vida perfeita, sem pecado, e morreu na cruz para pagar o preço pelos nossos pecados. Sua ressurreição é a garantia de que a morte foi vencida e que aqueles que creem Nele terão vida eterna. Através de Sua obediência e sacrifício, Cristo nos oferece a oportunidade de sermos reconciliados com Deus e de viver uma vida nova, livre do poder do pecado.