O Poder para Obedecer: Como Viver a Vitória que Cristo Conquistou para Você
Mano, vamos direto ao ponto. Quantas vezes você já esteve de joelhos, prometendo a Deus que, a partir daquele dia, tudo seria diferente? Você prometeu obediência, jurou fidelidade, fez planos e traçou metas. “Agora vai!”, você pensou. Três vezes, lá no deserto, o povo de Israel fez a mesma coisa, com um fervor que parecia inabalável, declarando em alto e bom som: “Tudo o que o SENHOR falou faremos” (Êxodo 24:7). E a gente sabe como essa história terminou, não é? A verdade, nua e crua, é que a Bíblia não romantiza a nossa condição. Ela escancara a nossa fraqueza, a nossa inconstância, a nossa natureza quebrada. E essa não é só a história de Israel; é a minha e a sua história. É a história de todo ser humano que já tentou, com as próprias forças, ser bom.
A grande questão que fica martelando na nossa cabeça é: “Se eu sou tão fraco, como é que eu vou conseguir seguir a Deus de verdade?”. A gente se olha no espelho e vê o mesmo cara de sempre, com as mesmas lutas, as mesmas quedas. Parece um ciclo sem fim de promessas e frustrações. É nesse momento que a gente precisa parar de olhar pra dentro e começar a olhar para cima. A boa notícia, a notícia que muda o jogo, é que o poder para obedecer nunca esteve em nós. A força que a gente precisa não vem de dentro, mas de fora. Vem do próprio Deus. O que Ele ordena, Ele capacita. É obra d’Ele, não nossa. É um transplante de coração que só o Cirurgião do universo pode fazer.
Essa verdade é o centro da mensagem do profeta Ezequiel, quando Deus promete: “Darei a vocês um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem os meus preceitos e os observem” (Ezequiel 36:26-27). Pensa nisso, meu irmão. Não é um conserto, é uma troca. Deus não remenda o nosso coração de pedra, Ele o arranca e coloca um novo, sensível à Sua voz. Josué, um líder que conhecia bem o seu povo, já tinha dado a letra: “Vocês não poderão servir o SENHOR” (Josué 24:19). E ele não estava sendo pessimista; estava sendo realista. Sozinhos, nós não conseguimos. Mas a boa nova é que nunca estivemos sozinhos.
A Escolha de se Render: Onde a Nossa Parte Encontra a d’Ele
Pode parecer contraditório, mas a nossa maior força reside no reconhecimento da nossa total fraqueza. A nossa parte nesse processo todo é a decisão. A escolha. Aquele momento, que se repete várias vezes ao dia, em que a gente decide se render a Ele. Você escolhe seguir, mesmo sem sentir que tem forças para dar o próximo passo. É aqui que muitos se perdem, achando que a escolha de servir a Deus já deveria, por si só, gerar o poder para cumprir essa escolha. Mas não é assim que a coisa funciona. A nossa decisão é o convite. É a porta que a gente abre para que o poder d’Ele entre e faça a obra. É como entregar as chaves de um carro quebrado para o melhor mecânico do mundo.
Pensa no apóstolo Paulo, um cara que tinha todos os motivos para se orgulhar da sua capacidade, mas que descobriu o segredo da verdadeira força. Ele diz: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12:10). Isso não é poesia, mano. É a mais pura realidade espiritual. Quando você entrega sua fraqueza a Deus, quando você diz “Pai, eu não consigo, mas eu me rendo a Ti”, é aí que o poder d’Ele se manifesta em você. É uma troca divina. Você entrega sua incapacidade e Ele te preenche com a capacidade d’Ele. A sua obediência deixa de ser um fardo pesado e se torna o resultado natural de um relacionamento vivo e dinâmico com o Criador.
Presta atenção na sequência de ações divinas em Ezequiel 36:24-30. É sempre “Eu farei”. “Eu os ajuntarei”, “Eu os purificarei”, “Eu tirarei”, “Eu darei”, “Eu porei”, “Eu farei com que andem”. Percebe? O que Ele está fazendo, você fará como consequência. A sua obediência se torna um reflexo da ação d’Ele em você. É uma unidade tão poderosa que a obra d’Ele se torna a sua obra. Não é você se esforçando para agradar a Deus; é Deus operando em você para que você viva de uma forma que O agrada. A obediência, assim como a salvação e a justificação, é um presente de Deus, não uma conquista nossa. Como está escrito, “porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13).
O Coração de Carne: A Única Defesa Contra o Mal
A gente vive numa guerra, quer você perceba, quer não. E a única proteção real contra o mal, contra a tentação que te derruba sempre no mesmo lugar, é a presença de Cristo morando no seu coração pela fé. Pensa comigo: por que a tentação tem tanto poder sobre nós? Porque o egoísmo, o “eu” que quer ser o centro de tudo, ainda mora aqui dentro. É esse egoísmo que dá brecha para o inimigo. Mas quando a gente começa a contemplar o tamanho do amor de Deus, quando a gente entende o que Ele fez na cruz, esse egoísmo começa a parecer feio, repulsivo. A gente começa a sentir nojo dele e a desejar que ele seja expulso da nossa alma.
É um processo de transformação. À medida que o Espírito Santo vai glorificando a Cristo na nossa vida, o nosso coração, antes duro como pedra, vai amolecendo. Ele fica mais sensível, mais submisso. E o resultado? A tentação perde a força. O poder dela diminui. A graça de Cristo começa a transformar o nosso caráter de dentro para fora. Não é uma mudança de comportamento baseada na força de vontade; é uma transformação de caráter que nasce de um coração rendido. É por isso que não adianta só lutar contra o pecado. Você precisa se apaixonar por Cristo. Quanto mais você O ama, menos espaço o pecado tem na sua vida.
E pode ter certeza de uma coisa: Cristo nunca, jamais, vai abandonar a alma pela qual Ele morreu. Você pode até se afastar, pode ser dominado pela tentação por um tempo, mas Ele nunca desiste de você. Ele pagou um preço alto demais, o preço da Sua própria vida. Se a gente pudesse, por um instante, enxergar o mundo espiritual, veríamos almas oprimidas, sobrecarregadas, prontas para desistir. E veríamos anjos voando rapidamente para socorrer essas pessoas, que estão à beira do precipício. Esses anjos guerreiam por nós, firmam os nossos pés na rocha. A batalha é real, meu irmão, e o destino da nossa alma depende do resultado dela. Não se engane, você está no meio de um conflito maior do que você imagina.
A Oração de Cristo e a Nossa Segurança
Essa batalha não é novidade. O próprio Jesus avisou a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo; eu, porém, roguei por você, para que a sua fé não desfaleça” (Lucas 22:31-32). Pensa no peso disso. O inimigo pediu permissão para te destruir, para te moer. Mas Jesus, o seu intercessor, orou por você. A sua fé não se sustenta pela sua própria força, mas pela oração de Cristo. Graças a Deus por isso! Não estamos sozinhos. Aquele que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16), não nos abandona no campo de batalha.
É por isso que a gente precisa viver em contato com o Cristo vivo. Não um Cristo histórico, distante, mas um Cristo presente, real, que age hoje. Quando você vive conectado a Ele, Ele te segura com uma mão que nunca, jamais, vai te soltar. É uma segurança que não depende do seu desempenho, mas da fidelidade d’Ele. Conhecer e crer no amor que Deus tem por nós é a nossa maior fortaleza, um lugar seguro e impenetrável contra todos os ataques e enganos de Satanás. A Bíblia diz que “torre forte é o nome do SENHOR, para a qual o justo corre e está seguro” (Provérbios 18:10). Correr para Ele não é um ato de covardia, mas de sabedoria. É reconhecer onde está a verdadeira fonte de poder.
Essa conexão diária é vital. É na oração, na leitura da Palavra, na comunhão com outros irmãos que a gente se mantém plugado na fonte. Quer sentir o poder d’Ele fluindo? Então se aproxime d’Ele. Quer ver a tentação perder a força? Passe mais tempo contemplando a beleza e o amor de Cristo. Não tem atalho, não tem fórmula mágica. É relacionamento. E nesse relacionamento, Ele te dá autoridade. Jesus disse aos seus discípulos: “Eis que eu dei a vocês autoridade para pisarem serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, lhes causará dano” (Lucas 10:19). Esse poder não é seu, é d’Ele, mas Ele o entrega a você para que você possa caminhar em vitória.
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